Gerente regional da StoneX no Brasil, Etore Baroni conversou com participantes da 20ª edição da feira, em Rio Verde, sobre macroeconomia e deu dicas de como os produtores devem se comportar no mercado
As dúvidas sobre como o preço da soja e do milho é formado levou dezenas de produtores, estudantes e visitantes da 20ª Tecnoshow Comigo a lotarem o auditório 1 da feira para ouvirem o gerente regional da StoneX no Brasil, Etore Baroni, nesta quinta-feira, 30 de abril. Ele apresentou um panorama geral do mercado internacional e nacional dos produtos e detalhou como cada fator interfere no cenário econômico, especialmente de 2023.
Baroni também deu dicas de como os produtores devem se portar diante do mercado. Ele destacou que é fundamental se manter informado com fontes reais e confiáveis. “Cuidado com a mídia direcionada e alarmista via WhatsApp.” Também destacou as necessidades de se aproveitar as oportunidades pontuais de preços para ir fazendo média de preços futuros. “O preço oferecido agora é o que dá para pagar agora e ele pode mudar em minutos.”
Ele explicou que a guerra da Ucrânia, que já dura pouco mais de um ano e não tem previsão de acabar, e os resquícios da pandemia da Covid-19, causam impacto direto na inflação. Baroni citou outros fatores, como a quebra da safra no ano passado nos estados do Sul do País que alterou os planos e preços dos produtos, além da questão política que, segundo ele, ainda tem impacto porque produtores e investidores ainda estão receosos. Mas Baroni reforçou que suas perspectivas são positivas.
O especialista enfatizou que essa discussão é importante, porque soja e milho são as principais commodities agrícolas produzidas e comercializadas no Brasil e no mundo. “O câmbio tem papel fundamental na formação dos preços desses produtos, já que todas as negociações são realizadas em moeda estrangeira.” Baroni ainda afirmou que os envolvidos neste processo precisam conhecer os fundamentos deste mercado e seus possíveis impactos nos preços para tomadas de decisões.
Baroni prevê que a safra de soja do Brasil seja recorde neste ano, o que aumentará a necessidade de escoamento para o porto devido à concentração de colheita e entupimento das estruturas de recebimento no interior. “A baixa venda do produto também pode pressionar a capacidade logística do porto e do interior, mantendo os prêmios no interior bastante pressionados por um grande período do ano. É importante que os produtores prestem atenção a isso em sua estratégia.”
O palestrante explicou que os preços, tanto da soja, quanto do milho, dependem especialmente de três fatores. O primeiro é o mercado internacional, o segundo é oferta e demanda e o terceiro é logística. “Isso varia todos os dias, o tempo todo. A avaliação considera: a bolsa de Chicago; mercado de quem compra e vende e; o preço do dólar.”
Ele ainda detalhou que, dentro de 90 dias, teremos uma nova safra de milho, o que provavelmente resultará em um grande volume físico dentro de casa, que precisará ser movimentado para porto, interior ou fábrica, pressionando novamente a questão logística. “Certamente, teremos a safra mais cara até então, tanto com os custos de implantação pelos insumos quanto pelo custo logístico no momento da colheita.”
Baroni citou que, em breve, o mercado pode mudar o foco para os Estados Unidos, que deverá plantar mais área de soja e milho, e devido à transição climática, colher uma safra normal que pela área deveria ser recorde. “A demanda, a partir de setembro, deve se voltar para lá, esvaziando um pouco a demanda de porto por aqui. Não devemos ver uma demanda adicional ou anormal no mercado, principalmente pela China, devido à economia lenta e ao mercado invertido”.
Existem poucos fatores que mudariam o cenário acima, segundo ele, sendo: quebra de safra nos EUA, quebra safrinha, fator geopolítico entre EUA, Rússia e China - que pode mudar o cenário econômico internacional e as commodities. “Além disso, a possibilidade de uma tributação de exportação, pode mudar bastante o cenário e fazer o ritmo/volume de exportação cair rapidamente”.
Por isso, ele ressaltou que as decisões e estratégias devem ser muito bem avaliadas e tomadas para que não se derreta a margem nesses componentes. “Este cenário é um pouquinho diferente dos últimos anos, mas, combinado com uma alta produção e estratégias bem definidas e executadas, tem tudo para trazer um ano excelente em resultados.”
Dicas do especialista:
Custos: acompanhar de perto e aproveitar movimentos de mercado – mudanças rápidas de preços;
Margens de lucro: travar custos (faça o bater) e deixar oscilar a produção excedente para decidir quando vender. Não especular com a parcela que não é sua (custo);
Calcular a receita: preço baixo não é ruim se a produtividade for alta. Olhar sempre a receita total da propriedade para avaliar a rentabilidade e não ficar avaliando somente os preços;
Mercado: ter informações, conhecer, analisar criticamente, ouvir opiniões reais e diferentes das suas e estimar os impactos nos preços. Cuidado com mídia direcionada e alarmista via WhatsApp;
Vender olhando para o futuro: cuidado com o efeito ancoragem. O histórico ao menos mostra pontos máximos e mínimos para serem aproveitados ou, evitados, respectivamente;
Média: fazer média em escala de alta à medida que o mercado vai subindo. Defina os objetivos, deixe as opções de venda e deixe o mercado andar;
Aproveitar preços: aproveitar as oportunidades pontuais de preços para ir fazendo média de preços futuros. O preço oferecido agora é o que dá pra pagar agora e pode mudar em minutos;
Sobre a Tecnoshow Comigo
Com a proposta de auxiliar o produtor rural, a COMIGO iniciou, em 2002, o trabalho de geração e difusão de tecnologias agropecuárias, em Rio Verde, numa área que hoje ultrapassa 170 hectares (área total do CTC). Neste local, a cooperativa promove experiências tecnológicas o ano todo, em parceria com diversas instituições de pesquisa, de ensino e outras empresas, e realiza a Tecnoshow. A diversidade é uma marca registrada do evento. São máquinas e equipamentos agropecuários, plots agrícolas, animais das mais variadas espécies, palestras técnicas e econômicas, ações socioambientais e dinâmicas de pecuária, entre outros produtos e serviços. Trata-se de uma extensa vitrine de tecnologias para o homem do campo, seja pequeno, médio ou grande produtor.
FICHA TÉCNICA
TECNOSHOW COMIGO 2023 – 20 anos
Data: 27 a 31 de março de 2023 (segunda a sexta-feira)
Local: Centro Tecnológico COMIGO (CTC) - Rio Verde – GO (Rodovia GO 174 S/N área rural de Rio Verde)
Horário: 8 às 18 horas
Entrada gratuita
Site: www.tecnoshowcomigo.com.br
Instagram: @tecnoshowcomigo
Twitter: @tecnoshowcomigo
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