Estandes abrangem diferentes segmentos do agronegócio e contemplam pesquisas e grandes e pequenos produtores
A todo momento, dentro do agronegócio, inúmeros estudos e pesquisas são realizados em busca de tecnologia e inovação para as cadeias produtivas do setor. Por isso, a Tecnoshow atua como um importante espaço para reunir um pouco de tudo o que universidades e institutos vêm realizando.
No estande do Centro Tecnológico da COMIGO (CTC), fitopatologia, entomologia, fertilidade do solo, nutrição de plantas e forragem de cultura são alguns dos temas apresentados. O principal destaque é o Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação, o Dris COMIGO, inserido no site da cooperativa.
“Com a plataforma, o produtor colhe uma amostra de folha da soja e ela irá oferecer o diagnóstico da adubação foliar exata para a cultura. Assim, ele terá um uso mais assertivo dos insumos, sabendo o que realmente será necessário para produzir bem. A ideia surgiu em decorrência de um ‘gap’ que identificamos em relação à recomendação de adubação foliar na área de atuação da cooperativa”, explica o gerente de Geração e Difusão de Tecnologia do Centro Tecnológico da COMIGO, Eduardo Hara. A ferramenta segue em validação com mais de 400 amostras foliares de Rio Verde e Montividiu e o lançamento está previsto para a próxima safra.
Com foco em auxiliar nas principais ‘dores’ dos produtores, este ano, a Universidade de Rio Verde (UniRV) traz orientações de manejo voltadas especificamente para períodos de déficit hídrico, utilizando como exemplo o cultivo de soja. “Quem plantou lá no início de setembro, outubro do ano passado, teve muito problema com a falta de água. Soubemos de produtores que precisaram replantar até três vezes”, conta o professor e diretor do curso de Agronomia, Paulo Boldrin.
No estande da Universidade são apresentadas cinco formas de mitigar os efeitos do estresse hídrico. “Por meio de demonstrações em uma trincheira, trabalhamos questões de irrigação, correção do solo com gessagem, cobertura do solo com palhada, entre outras. Trabalhamos com braquiárias e o uso de microrganismos em busca de aumentar o enraizamento”, explica Boldrin. “Com um manejo mais assertivo, é possível chegar mais próximo de uma ‘área de conforto’ no momento de estresse hídrico”, comenta o diretor.
Já o Instituto Federal Goiano (IF) reforça não somente a difusão de tecnologias, mas a retenção de talentos no interior do estado. “Comumente vemos que, quando a pessoa tem um alto nível de qualificação, ela opta pelos grandes centros e acaba deixando até mesmo as regiões produtoras como a nossa”, diz o diretor-científico do CEAGRO e pesquisador do IF, Leandro Souza.
E para modificar cada vez mais esse cenário, o Instituto trouxe para a Tecnoshow pesquisas desenvolvidas nas mais diferentes áreas pelos seus laboratórios, como entomologia, espécies de plantas nativas do cerrado, projetos em parceria com os governos municipal, estadual e federal, com a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (EMBRAPII) e com o Centro de Excelência em Agricultura Exponencial (CEAGRE) - o qual também apoiam financeiramente os projetos dos bolsistas, sejam do estado ou não - além de startups.
“Nós temos laboratórios que competem de igualdade com a União Europeia, inclusive vários pesquisadores brasileiros são mais conhecidos na Europa do que no país. E em Rio Verde, por exemplo, desenvolvemos, muitas vezes, diversos projetos com empresas americanas, europeias e em outras universidades”, conclui o pesquisador.
No desenvolvimento de produtos que tragam diferenciais e benefícios aos pequenos produtores, a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater) traz como dois dos principais destaques o pequi sem espinho e o feijão GO Social.
“O pequi desenvolvido, além do tamanho menor e mais atrativo, sobretudo para restaurantes, tem o grande diferencial da ausência do espinho, o que facilita, por exemplo, a retirada da amêndoa, um ponto importante para o consumo geral e para a indústria”, explica a pesquisadora da Emater, Elainy Botelho.
“O feijão foi desenvolvido para garantir o uso de média a baixa tecnologia, de menos agrotóxicos e insumos e para manter a segurança alimentar das famílias rurais. Lançamos ele recentemente e a distribuição está prevista para o próximo ano, principalmente para comunidades mais carentes, produtores que estão mais em vulnerabilidade”, explica o coordenador da regional Sudoeste da Emater, José Luiz Pereira Lopes.
A Embrapa expõe em seu estande uma variedade de produtos e novidades aos visitantes da feira. Alguns dos destaques são a soja transgênica 7881I Pro, com boa produtividade, resistente ao nematoide do cisto da soja e o feijão guandu, que pode ser uma alternativa para a melhoria da pastagem e da qualidade nutricional do rebanho.
“O gergelim é uma cultura também de destaque, visto que os produtores têm utilizado muito em uma segunda safra como alternativa ao plantio do milho. Ele é mais resistente à seca, então está sendo trabalhado pela Embrapa para que fique disponível aos produtores”, explica o pesquisador da Embrapa, Leonardo José Campo.
Outra tecnologia apresentada é o Soja Baixo Carbono, programa para o qual o produtor poderá, por meio de determinadas metodologias e protocolos, obter o selo e, com isso, trabalhar essa certificação no mercado de soja e no mercado de carbono.
Também estão expostas diversas publicações que abordam sobre tecnologias específicas, como o zoneamento de risco climático e inoculação de pastagem, além do “Manual de Análises de Bioinsumos Para Uso Agrícola: Inoculantes”, lançado no último dia 9/4 na Tecnoshow.
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